Veja os 20 maiores erros ocorridos nas redações de concursos públicos como um roteiro para fugir deles. Atenção! Esses erros são imperdoáveis para todos os avaliadores das provas discursivas. Não adianta fazer uma boa redação e cometer esses erros. Publicamos também algumas dicas para elaborar recursos nas provas discursivas!
11/03/2014
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, ocorrem com maior freqüência e são imperdoáveis na avaliação de sua nota, portanto, merecem atenção redobrada. Segue os 20 maiores e piores erros ocorridos nas redações de concursos públicos como um roteiro para fugir deles!
Ao final da matéria, dicas imprescindíveis para impetrar recurso contra a banca do concurso em caso de reprovação na redação.
- “mal cheiro”, “mau-humorado”. “mal” opõe-se a “bem” e “mau”, a “bom”. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- “fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: faz cinco anos. / fazia dois séculos. / fez 15 dias.
- “houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: houve muitos acidentes. / havia muitas pessoas. / deve haver muitos casos iguais.
- “existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: existem muitas esperanças. / bastariam dois dias. / faltavam poucas peças. / restaram alguns objetos. / sobravam idéias.
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: entre mim e você. / entre eles e ti.
- “há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
- “entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
- “venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: a salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
- “porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: por que (razão) você foi? / não sei por que (razão) ele faltou. / explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
- Vai assistir “o” jogo hoje. assistir como presenciar exige “a”: vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: a medida não agradou (desagradou) à população. / eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / aspirava ao cargo de diretor. / pagou ao amigo. / respondeu à carta. / sucedeu ao pai. / visava aos estudantes.
- Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: é preferível lutar a morrer sem glória.
- O resultado do jogo, não o abateu. não se separa com vírgula o sujeito do predicado. assim: o resultado do jogo não o abateu. Outro erro: o prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: o prefeito prometeu novas denúncias.
- Não há regra sem “excessão”. o certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
- Quebrou “o” óculos. concordância no plural: os óculos, meus óculos. da mesma forma: meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
- Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: comprei-o para você. Também: deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
- Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: nunca o vi. / não o convidei. / a mulher o deixou. / ela o ama.
- “aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: alugam-se casas. / fazem-se consertos. / é assim que se evitam acidentes. / compram-se terrenos. / procuram-se empregados.
- “tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: trata-se dos melhores profissionais. / precisa-se de empregados. / apela-se para todos. / conta-se com os amigos.
- Chegou “em” são Paulo. verbos de movimento exigem a, e não em: chegou a São Paulo. / vai amanhã ao cinema. / levou os filhos ao circo.
Dicas Iniciais para Recurso na Redação
Meu primeiro conselho é usar a orientação de um professor para ajudar no recurso. Nesta hora não tem jeito, esta ajuda profissional pode significar sua aprovação. Só tome cuidado com os exploradores, pois a grande maioria dos professores cobra por isso.
Com base na lei federal 9.784/99, solicitem no recurso, em caso de indeferimento, a exposição dos motivos, pois é obrigatória a exposição dos fatos que acarretaram a decisão do indeferimento.
Sempre faça o recurso com base no seu espelho de prova. Parece óbvio, mas há candidatos que aproveitam recursos de outros candidatos.
É primordial verificar o que está escrito no edital quanto aos itens que explicam como será a correção da redação. Os recursos contra erros de português possuem uma probabilidade maior para serem acatados em relação aos itens subjetivos. Então, ataque eles, obviamente evitando relacionar os erros gritantes. Como exemplo, em um edital do Cespe/UnB, para o cargo de agente de polícia, estava escrito: “a avaliação do domínio da modalidade escrita totalizará o número de erros (NE) do candidato, considerando-se aspectos tais como: pontuação, morfossintaxe e propriedade vocabular”. A dica vale principalmente se precisar de poucos décimos.
O recurso pode diminuir a nota? O que manda é o edital do concurso, então veja se existe algo escrito sobre isto no edital. Caso não haja, a resposta é sim! Apesar de ser baixo o índice de notas diminuídas após o recurso.
Baseando-se no que ocorre na prática é mais adequado chamar o recurso da prova discursiva de revisão. Mas a lei 9784/99 estabelece que não cabe reformatio em pejus na revisão de processos que resultem sanções, não sendo o caso do recurso da prova discursiva. Pautado na teoria é que o Cespe/UnB então afirma que pode haver redução. Mas como informamos, é muito baixo o índice de nota reduzidas.
Como última dica, segue uma resposta enviada pelo Cespe/UnB em um processo arquivado pelo Ministério Público Federal onde se contestava a redação de um concurso. Acredito que poderá ser útil reproduzir a resposta da banca:
“a banca examinadora elabora um padrão de resposta, acompanhado de uma planilha onde constam os conteúdos que deverão ser observados pelo candidato com a correspondente pontuação para cada um deles. ressalte-se que a planilha de avaliação é única e foi utilizada para todos os candidatos, garantindo o atendimento ao princípio da isonomia. a avaliação dos textos pautou-se nos aspectos previstos no edital de abertura do concurso público, sendo que os itens que constam na planilha de avaliação e os critérios utilizados na atribuição de notas coadunam-se com tais aspectos.
( … )
[a banca] também esclarece que na correção das provas levou-se em conta a objetividade da resposta no sentido de o candidato responder o que lhe fora perguntado, sem recorrer a desconsiderações desnecessárias em torno da questão. a não atribuição total de pontos nem sempre corresponde a erro, equívoco ou falha em esgotar o tema, podendo significar deficiências no conteúdo apresentado e na maneira como foi abordado o tema, conforme explicitam os quesitos referentes à avaliação do conteúdo”.
Bons estudos!!