Saudações a todos os amigos e futuros policiais do Projetos Missão, especificamente ao grupo de simulados Missão Papa Fox, projeto o qual pertenci.
Me chamo Bruno Barbosa e hoje tenho a enorme felicidade de poder compartilhar minha “curta-longa” trajetória de estudos para alcançar a tão sonhada aprovação no cargo de Agente de Polícia Federal do Brasil.
Primeiramente, devo ressaltar que não me considero um concurseiro, uma vez que o concurseiro é aquele indivíduo que possui o desejo de simplesmente ingressar no serviço público e gozar de suas pseudo vantagens (estabilidade em alguns casos, retorno financeiro, e a ilusão de se trabalhar pouco), não possuindo um foco, cargo ou órgão específico.
Gosto de ressaltar isso pois a única função que sempre quis exercer em minha vida é a de policial e desde quando decidi começar meus estudos foquei apenas no certame da Polícia Federal. Na realidade, meu objetivo principal sempre foi a Polícia Federal, mas caso surgisse edital da PRF ou PCDF durante minha preparação, seriam, respectivamente, minha segunda e terceira opção. Quando iniciei minha preparação não havia nenhum desses 3 editais abertos, existia apenas especulação de que haveria concurso para PF, PRF e PCDF, mas não havia uma certeza sobre qual viria primeiro. E graças a Deus o edital da PF foi o primeiro dos 3 editais a serem divulgados e pude ser abençoado com a aprovação logo no primeiro concurso da minha vida e justo no que eu mais queria, que era a minha primeira opção desde o início.
A motivação para fazer parte dos quadros da Polícia Federal começou quando eu completei 18 anos, época em que tive a oportunidade de servir no Batalhão de Infantaria da minha cidade e fazer parte do NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro). Na ocasião tive contato com a rotina militar, várias instruções com armamentos, atividades práticas de tiro, treinamentos físicos diferenciados, entre outros, o que me despertou bastante interesse pela área de segurança pública. Porém, no mesmo ano em que servi ao Exército, meu pai havia descoberto um câncer que lhe tiraria a vida 1 ano e meio depois. Isso paralisou momentaneamente a minha vontade de perseguir o sonho de ser PF e ingressar nos quadros dessa instituição, todavia eu sabia que uma hora a vida me cobraria por isso e me faria voltar com foco total em busca da aprovação. Com o falecimento do meu pai, precisei começar a trabalhar para ajudar minha mãe com as despesas em casa e minha vida se resumia basicamente em trabalhar e frequentar a faculdade de Administração na Federal da minha cidade.
Minha saga de estudos teve início em setembro de 2017, exatamente um ano antes da prova da PF. Eu cursava o último semestre da faculdade e resolvi sair do meu trabalho para me dedicar exclusivamente aos estudos e, na ocasião, a alternativa foi vender meu carro, já que eu não teria renda durante um período indeterminado, e precisaria me sustentar durante todo o período de estudos.
No começo foi muito difícil, uma vez que era uma rotina nova pra mim e eu nunca tive o hábito de estudar frequentemente, sempre estudava apenas em vésperas de provas, utilizando a memória de curta duração decorando os assuntos. Mas eu sabia que isso não funcionaria com a extensão de conteúdo exigido na prova da Polícia Federal.
Muitas pessoas (no começo dos meus estudos eu me incluía nessa amostra, porém hoje não mais… rsrs) acreditam que para ser aprovado em um concurso tão concorrido como o da Polícia Federal, ou qualquer outro certame de nível Federal, seja preciso estudar durante vários anos ou ser um dos ditos pontos fora da curva (expressão que representa uma pessoa muito inteligente). Uma coisa que aprendi no “curto-longo” período de estudo que tive é que: NÃO, VOCÊ NÃO PRECISA SER UM PONTO FORA DA CURVA ou ESTUDAR DURANTE ANOS para ser aprovado, uma vez que vi pessoas que foram aprovadas com 2 meses, 6 meses, 12 meses (meu caso), e são pessoas comuns, mas que tinham algo em comum: uma VONTADE DESCOMUNAL de CHEGAR LÁ. O que vai realmente determinar aqueles que CHEGAM LÁ é o quanto de ESFORÇO e DEDICAÇÃO que serão aplicados em busca desse objetivo.
Utilizei essa expressão “curta-longa” porque, de fato, precisei de apenas 12 meses para ser aprovado. Pode parecer um curto período comparado com a média de tempo de estudos dos demais aprovados (2-3 anos), mas não se enganem, durante esses 12 meses eu precisei de 2.551 horas líquidas para ver o meu nome na relação de aprovados (isso mesmo, 2,5k de horas líquidas devidamente anotadas e registradas). Pra quem gosta de fazer aquela famosa perguntinha: quanto tempo precisa estudar pra passar na PF? Bom, no meu caso foram necessárias 2.551, o que dividido por 365 dias (quantidade de dias que precisei), resulta em uma média de 7 horas líquidas por dia, durante todos os dias do ano incluindo os benditos finais de semana kkkkkk. A priori parece difícil ter que estudar 7 horas líquidas diárias durante 365 dias, sem uma única folga sequer, de segunda a segunda, sem finais de semana para descanso, sem feriados ou dias santos, sem vida social, sem namoradas ou qualquer outro tipo de distração. SIM, foi MUITO DIFÍCIL MESMO, mas foi o que me proporcionou até hoje em minha vida minha MAIOR FELICIDADE e REALIZAÇÃO: minha APROVAÇÃO. E sim, se fosse necessário faria tudo novamente.
O que martelava em minha mente quando iniciei minha rotinha de estudos era que eu teria que fazer alguma coisa diferente pra poder competir com os estudantes que já estavam há mais tempo na luta, até mesmo aqueles que já haviam tido a experiência de fazer o último concurso de Agente da PF de 2014. Não só questão de conteúdo, mas também experiência de prova mesmo, pra chegar brigando por uma das vagas como um verdadeiro concorrente e não apenas como mais um “pras” estatísticas/números do concurso. Foi então que decidi que precisaria estudar TODOS OS FINAIS DE SEMANA e FERIADOS, afinal de contas: como é que eu estaria entre os melhores fazendo apenas o mínimo que é estudar de segunda à sexta? Então eu comecei a colocar na minha cabeça que eu estudaria TODOS OS DIAS, ininterruptamente, até enquanto eu conseguisse aguentar. Não sei se é o melhor método, mas pra mim funcionou e aguentei até o dia da prova nessa pegada, 8 ou 80 mesmo, se for pra fazer, faça com DISCIPLINA, DETERMINAÇÃO, VONTADE, nosso organismo aguenta, dá sim pra estudar muito e diariamente. Só não é fácil. Todo sonho tem um PREÇO, e eu estava disposto a pagar o preço do meu.
E após uns 4 meses de estudo, ainda aprendendo a estudar, perdido em alguns assuntos e batendo cabeça em outros, lembro que enviei alguns directs pelo instagram para uns 2 ou 3 Agentes da PF que eu seguia na época com o intuito de sanar algumas dúvidas e pedir dicas por quem já havia trilhado esse caminho. Um deles sequer me respondeu, outro foi apenas cordial, e o Agente Federal Fábio Alexandre, com muita humildade, não só respondeu as minhas dúvidas como também me deu bizus e dicas valiosíssimas que me ajudaram na minha caminhada. Um dos bizus dados foram os SIMULADOS DO MISSÃO. Fábio havia feito parte do MISSÃO PAPA FOX antes de ser aprovado no certame de Agente da PF em 2014, e me falou muito bem dos simulados. A partir desse momento, eu fiz o compromisso comigo de que eu iria atrás desse projeto e faria religiosamente os simulados, não só para treinar minha absorção de conteúdo mas também para treinar a situação de prova, parametrizar o tempo que seria gasto pra fazer a redação, treinar muitas redações, começar a ter maturidade para traçar a minha estratégia de prova, quais disciplinas fazer primeiro, etc.
Eu fazia os simulados do missão todos os domingos às 14 horas, exatamente no mesmo horário em que acontece a prova, eu me policiava pra simular como se fosse, de verdade, o dia da prova, evitando pausas desnecessárias e com o cronômetro corrido das 5 horas que são ofertadas para realizar a prova. Ao final de cada simulado, eu preenchia o gabarito na plataforma do Missão para que eu pudesse acompanhar minha evolução no ranking. E para todos vocês que ficam tristes com suas notas na casa dos 60 pontos (porque eu mesmo já tive época de ficar chateado de não sair da casa dos 60-70, muito mais chateado ainda quando tirava até menos que os 60), eu digo pra vocês: eu JAMAIS estive nas cabeças no ranking do Missão, sempre tirava notas entre 60-70 pontos, em alguns poucos simulados fui de 70-80, mas jamais fiz mais de 80 líquidos em qualquer simulado. Vários colegas faziam 100-110 líquidos, algumas vezes até mais do que isso. NÃO SE ILUDAM PESSOAL, no dia do “vamo ver”, quando de fato sai a relação dos aprovados, a galera dos 100 líquidos não aparece. Ou seja, confie no SEU PROCESSO, no seu esforço, na sua pontuação! Trabalhe pra manter a sua média de notas, e claro, para aumentá-la gradativamente. No dia da prova você ficará feliz em manter aquela mesma pontuação que lhe proporcionará a aprovação. Na prova do CESPE eu fiz 73 líquidos, dentro da média 65-75 que eu tirava nos simulados do missão.
É isso aí pessoal, a lição que pude tirar por meio da minha curta experiência em estudo de alto nível é que não é preciso ser um ponto fora da curva, estudar por vários anos ou ter experiência e bagagem de concursos anteriores como ouvimos por aí. Sou um rapaz que só estudava em vésperas de provas durante toda a minha vida, nunca havia feito um único concurso público sequer, esse foi o meu primeiro concurso e talvez o último, uma vez que não me vejo desempenhando outra atividade, enfim, me dediquei com TODAS as minhas forças durante 365 árduos dias, e que me proporcionou a aprovação no concurso dos meus sonhos! Em breve estarei trabalhando em uma das mais respeitadas instituições desse país, e espero que vocês possam, o quanto antes, sentir esse sabor também.
CONFIE QUE VOCÊ É CAPAZ E NUNCA DESISTA DE ALGO QUE VOCÊ NÃO PASSA UM DIA SEM PENSAR A RESPEITO. O MAIS CAPAZ NÃO É AQUELE QUE NUNCA FALHA, MAS AQUELE QUE NUNCA SE ENTREGA.