Leia o depoimento e conheça a bela trajetória de um aprovado no concurso público para a PCDF, candidato ao concurso da polícia federal e ganhe pontos com sua experiência de sucesso. Motivação, superação, persistência e conquista. Ele largou tudo por um sonho e conseguiu vencer!
28/09/2014 – Saga Policial /
“Bom, gostaria de agradecer a oportunidade de redigir este depoimento e o faço com o objetivo de motivar e quem sabe orientar diversos companheiros que estão nesse caminho, que como resultado só restará à vitória aos que não desistirem.
Desde a adolescência sempre me interessei pela área militar/policial, nessa época cheguei até tentar alguns concursos para ESA, ESAF, ExPCex, mas sem sucesso. Em meados de 2009 iniciei meus estudos para um concurso específico, na época para o Departamento Penitenciário Federal, foi onde obtive meus primeiros contatos com as disciplinas de direito, bem como “português” (coloco entre aspas, pois pensava que sabia alguma coisa…rs) e RLM. Devido ao pouco tempo de estudo, cerca de três meses antes da prova, não obtive sucesso, porém, em um cursinho havia um professor que acabou se tornando um amigo e que teria um papel muito importante futuramente.
Logo após o concurso do DEPEN surgiu um para o Corpo de Bombeiros do meu estado, nesse eu obtive sucesso, mas eis o grande problema: o teste físico. Dentre as exigências havia um teste de mergulho de quatro metros onde acabei rodando, descer eu até consegui, mas e quem disse que eu consegui subir!? Que sufoco! Confesso que foi frustrante, pois já o tinha como garantido, já havia feito alguns planos, total falta de experiência nesse ramo de concurso mesmo e a famosa bisonhice.
Desiludido, acabei por optar em iniciar outra faculdade, já havia iniciado uma anteriormente, mas não consegui prosseguir devido a necessidades financeiras. Possuía o interesse em cursar direito, contudo, na época como eu era candidato bolsista do Prouni não havia vagas para esta graduação e acabei optando por contabilidade (sem ao menos saber que me ajudaria, e muito, naquilo que estaria porvir). Pouco antes de me formar, em 2011, sem muitas perspectivas profissionais, decidi novamente retomar o estudo para concursos, agora com a ideia bem mais amadurecida, fui buscar um grande sonho antigo, a Polícia Federal!
Antes de começar, realizei diversas pesquisas em blogs e sites: materiais, matérias (opa, contabilidade era uma delas) métodos de estudos, cursos, etc. Acabei reencontrando aquele professor da época de 2009, que me concedeu uma monitoria no curso preparatório, o qual era proprietário, e serei eternamente grato a ele por isso. Estava totalmente decidido que era isso que eu queria e que já perdera muito tempo.
Orientado por esse professor, conversei com a minha família, namorada e optei por abrir mão do meu emprego, vendi o carro que eu possuía e decidi me dedicar em tempo integral aos estudos. Logo em 2012 acabei não obtendo sucesso para a prova de Agente da Polícia Federal, mas estava consciente de que ainda não estava preparado devido a gama de matérias vs. tempo de estudo, ademais, caso tivesse conseguido, creio que teria problemas com a natação, havia começado treinar do “zero” há pouco tempo e ainda não estava dentro do índice. Após a reprovação senti que precisava “melhorar” minha forma de estudo. Na busca por métodos e orientações de estudos em blogs, acabei descobrindo “o abençoado” Projeto Missão (Projeto Missão PF).
Esse grupo de estudos foi de importância ímpar durante a minha preparação. Totalmente organizado com simulados e grupos de discussões, obtive um grande “UP” em conhecimento, nos bastidores existem pessoas que buscam o mesmo sonho – a camisa preta – e literalmente fazem o melhor possível na elaboração dos simulados que possuem um nível altíssimo dentro daquilo que tange o edital para PF.
Em 2013, como já possuía uma bagagem de conteúdo considerável, organizei meu estudo por tópicos dentro de cada matéria de acordo com o edital, assim, eu estudava o tópico e em seguida realizava questões voltadas somente para esse conteúdo. Procurei também separar um momento para acompanhar as discussões no fórum do Missão PF e aos finais de semana sempre fazia simulados, tanto do próprio Missão PF como no cursinho que frequentava.
Acredito que isso foi fundamental para alavancar meus estudos: resoluções de questões e simulados. Ambos são de deveras importância.
Nesse mesmo ano veio os concursos tão esperados – PF, PRF e DEPEN – embora o grande objetivo sempre fosse PF, pensava que deveria ter uma segunda opção.
Lamentavelmente acabei rodando nos três, perdi pontos preciosos por pura ansiedade, o que me deixou fora da nota de corte da PF por 1 ponto, PRF 3 pontos e DEPEN 4 pontos, tratando-se de Cespe/UnB, foi por pouco. Confesso que fiquei totalmente abalado, além do que já havia ficado de fora de dois concursos estaduais que prestei nesse mesmo ano, aquilo que serviria de “bolsa estudo”, sabem? Assumir um cargo público para ter uma renda e continuar os estudos rumo ao sonho. Um foi o departamento penitenciário estadual, me lesionei treinando para o teste físico na semana que antecedia o TAF, e outro, novamente foi o corpo de bombeiros, mas não no mergulho, já estava fera na natação de tanto que treinava para PF, dessa vez foi no exame médico. O cardiologista havia esquecido de colocar a data de realização – nem percebi em meio a toda aquela informação e tantos exames – e a banca não aceitou o recurso, mesmo com declaração do médico reconhecendo o erro e apresentando um novo exame.
Pensando que o ano havia terminado sem conquistas, em meio às oportunidades perdidas, eis que surge outro concurso, o último do ano na área policial, qual? Qual? Qual? A PCDF, Polícia Civil do Distrito Federal, um concurso ao nível de PF e um órgão tão respeitável e estruturado quanto a PF, tanto é que ambas as instituições são regidas pela mesma lei.
Como minhas reservas da venda do carro já haviam se esgotado, no início não me animei, mas novamente o professor/amigo, junto com outros professores, patrocinaram minha viagem e de mais um colega para realizarmos essa prova. Como já tinha a base de estudo para PF, só estudei os tópicos que eram diferentes, e na parte de legislação eu só realizei a leitura da lei seca, elaborei esquemas e ficava formulando questões que a banca poderia vir a cobrar, sabem o CESPE né? “salvo”, “exceto”, “somente”, palavras que já ligam o sensor de atenção do cérebro…rs. Enfim, nesse concurso veio a minha vitória. Foi um momento que guardarei para sempre, pois estávamos eu e meu colega no mesmo quarto quando corrigimos a prova com o gabarito preliminar, foi um momento de euforia ao ver minha pontuação, contida pela tristeza de ver a pontuação do meu colega, que não fora muito bem.
Disso tudo tirei uma conclusão meus amigos: todos nós teremos nossos momentos e nossos caminhos, talvez aquilo que almejamos nem sempre será o que alcançaremos. Conheço colegas que também sonharam com a PF e durante a trajetória foram aprovados em concursos que os fizeram mudar seus planos e objetivos. Como cristão penso que quando fazemos a nossa parte, Ele acaba “dando” uma ajuda naquilo que será melhor para nós. Sei que muitos dirão: mas eu quero “somente” a PF e mais nada; e para esses eu digo: então prossiga com seu objetivo que a vitória com certeza virá, entretanto, acho coerente possuir uma segunda opção para que o sonho não vire frustração, pois sabemos que a aprovação não é garantida para todos, bem como uma boa pontuação na prova, devido às outras fases, e que fases!! Leve-as com a mesma seriedade, principalmente o teste psicológico (obrigado concurseiro Robson) e atente-se para os detalhes dos exames médicos: carimbo com assinatura, laudo, avaliação do especialista, carimbo com CRM do especialista…rs, com certeza vocês os revisarão milhares de vezes até a data da entrega e no dia da entrega encontrará alguns no meio da multidão: sério que tem que apresentar isso? Sempre tem. Sempre.
Para finalizar meu texto, que já se estendeu deveras: estudem, façam muitas questões e principalmente simulados, mas simulando mesmo, ok? Tempo e horário real da prova, para habituar seu organismo e seu psicológico para quando chegar o dia da prova. Desejo, do fundo do coração, muita serenidade e sabedoria para todos aqueles que buscam esse sonho e afirmo que estarei lá novamente, no dia desta próxima prova para APF, pois minha nomeação na PCDF ainda não saiu e só paramos quando se completar a tríade – nomeação + posse + exercício – e creio que ainda assim não conseguirei parar, pois em momentos de reflexão traço novos objetivos: delegado, promotor, auditor, qual será o próximo?
Não poderia deixar de agradecer a todos os amigos que conheci durante essa trajetória, somente um concursando compreende outro concursando, pois há momentos em que lágrimas são inevitáveis, alguns que ficam na discursiva, outros no TAF, outros no psicológico, no médico ou até mesmo tem surpresas na investigação social, hoje penso que a prova em si talvez seja a parte mais tranquila. Agradeço ao apoio da família e da namorada, que ficou cansada de ver filme baixado da internet com pipoca como única fonte de distração e lazer, isso quando ficava em casa. Todos os professores que conheci e que me auxiliaram em particular, e também aos nobres colegas do Projeto Missão, AVANTE!
Fiquem com Deus, mantenham-se motivados e firmes na labuta, dediquem um tempo para o descanso e para o cuidado com o corpo (corpo são, mente sã), um forte abraço a todos os futuros colegas, pois independente de órgão ou instituição, o objetivo será sempre o mesmo: lutar por aquilo que acreditamos ser justo, ser correto, aquilo que é lícito “defendendo os princípios legais”.
Nunes – aprovado PCDF, concursando policial.
Fonte: Saga Policial